Uma das torcidas mais fanáticas do Brasil está em festa. Depois de três anos de sofrimento, o Santa Cruz, do Recife, deixou a última divisão.
Esta segunda-feira (17) foi dia de trabalhar vestido de torcedor, de decorar o prédio inteiro com a bandeira. Não era a comemoração de um título, mas, para o torcedor do Santa Cruz, subir de divisão foi como ganhar uma Copa do Mundo. “Sou engenheiro. Estou fazendo o caminho da D para C, da C para B e da B para a A”, diz um torcedor.
Foram 60 mil pessoas no Estádio do Arruda. É o típico caso de amor cego, que ignorou três rebaixamentos seguidos, da 1ª até a 4ª, última divisão do futebol brasileiro. O incrível é que, quanto mais o time caía, mais a torcida demonstrava paixão.
Na 1ª divisão, em 2006, a média de público do Santa Cruz era de pouco mais de 10 mil torcedores. Na Série D, este ano, é superior a 40 mil. A maior entre todas as divisões do Brasil. Multidão que, depois de três anos, queria se despedir de vez da Série D. “Ver o estádio desse jeito nos emociona. É o dia do Santa Cruz”, diz o zagueiro do Santa Cruz André Oliveira.
Para sair da Série D, bastava um empate com o Treze da Paraíba. Figa e reza forte. O cardápio de armas foi extenso e deu certo. Foi o 0 a 0 mais comemorado da história do Santa Cruz. “É goleada, 0 a 0 é goleada”, afirma o goleiro do Santa Cruz Tiago Cardoso.
A cota de sofrimento já venceu. O choro agora é de alegria.